Depois do café no hotel, fomos para o Rijksmuseum, o famoso e lindo museu nacional de arte de Amsterdã. De tram para lá é moleza, graças à incrível rede de tram na cidade; esteja onde estiver na cidade, vá para a praça dos museus de tram. Pegamos ele abrindo (9h) e ficamos até cerca de 13h. O ingresso individual foi 20 euros. O prédio em si é muito bonito e o museu ficou pronto em 1885!


Ali na praça também estão o Museu Van Gogh, o Museu Stedelijk (arte e design contemporâneos) e o Museu do Diamante. Só visitamos o Rijks. Se você estiver indo para ficar mais tempo na cidade, vale a pena ficar o dia todo na praça e ir em pelo menos 2 museus. Mariana já tinha ido no Van Gogh (seu pintor favorito) e nunca tinha ido no Rijks, daí nossa escolha. 


Dica: não pegamos fila para comprar ingresso ou para entrar. Entretanto, atentem que era meados de junho e, portanto, não era época hardcore de férias de verão. Quanto mais perto de julho, mais aconselhável comprar com antecedência. Julho e agosto são as épocas mais cheias. O link abaixo é para o site oficial do museu. Compre com segurança.

Comprar ingressos

A estrela do museu é a Hague School, também conhecida como gray school (em alusão ao céu cinzento sempre retratado nos quadros), a escola impressionista holandesa. Mas também apresenta obras dos séculos 16, 17, 18 e 20.


Mas também tinha Jesus saradinho... (creepy)


Ficamos felizes em perceber que o museu foca nos artistas holandeses, mesmo não deixando de contar histórias e mostrar trabalhos de artistas de outros países ou de holandeses que criaram suas obras quando em outros países. A lógica das coleções permanentes faz com que o tour lá dentro seja agradável e muito educativo. Mariana ficou feliz de ter visto ao vivo um Chagal pela primeira vez. Eu estava muito feliz só por estar em meio a tantas obras magníficas. Descobri até material para mostrar aos meus alunos de Saúde Coletiva:

 São Roque, patrono das vítimas da peste.


Uma das IMPRESSIONANTES casas de boneca. O nível de detalhe dificulta acreditar que essas obras são do século XVII.


Cobrimos cerca de 50-60% da coleção total. A coleção é grande e o prédio é enorme, não dá para cobrir tudo numa manhã. Pelo menos não em um ritmo que permita apreciação das obras. Além disso, a gente fica com vontade de visitar todas as áreas. O app guia funciona bem, mas tem suas limitações (não funciona no subsolo).

O grande salão do 2o andar é uma coisa avassaladora. 


Mariana e os azulejos.


O último andar apresenta peças contemporâneas em uma das alas e peças representativas de guerras em outra. Essas últimas eram tanto obras artísticas quanto material recuperado das guerras. Uma das obras mostrava de forma aterradora o domínio da Holanda sobre a Indonésia. Achei ótimo que esta obra estivesse exposta ali. Um xadrez nazista era destaque nesta coleção. 

Jornal alemão em idioma holandês, que buscava a simpatia do povo conquistado. Bizarro.


A moradia dos sonhos da Mari (Cuypers Library). 😍


Bloemenmarkt e motos



Saímos do Museu e andamos sentido bloemenmarkt, o mercado de flores. A praça dos museus fica fora do centro propriamente dito (aquela parte dos canais semicirculares), mas bem na beirada e na extremidade sul do centro. Portanto, bem perto do mercado de flores. Caminhada tranquila. 


Minha expectativa pelo mercado era maior. Achei que ele era gigantesco ou pelo menos mais amplo. Na verdade, ele é numa rua entre lojas em prédio e um trecho de canal. Não me entenda mal, os quiosques são ótimos, com bons produtos, sendo vários deles de Cannabis. Mas sei lá, acho que esperava algo mais aberto, como um mercado de praça. Algumas lojas de queijo (GOUDAAAAAAAA) e outras de souvenir em frente, onde compramos chocolate com CBD. Decidi comprar alguns na volta e levar pro Rio para presentear amigos. Reza a lenda que não dá merda na alfândega. Acho que dá... (spoiler alert: não deu merda)


Tulipas 💜💛💙


💚😋😋💚


Às 15h retornamos ao hotel, descansamos e arrumamos as coisas (as malas e os capacetes) para ir buscar as motos. O horário marcado era 17h e o trajeto levaria 40 minutos de transporte publico. Saímos pouco depois das 16:00 e pegamos o metrô M50 na Lelylaan sentido Centraal Station e descemos na enorme estação Sloterdijk. Além da conexão com os trens, também há uma estação de ônibus. Considerando a localização dessa estação, eu chuto que ela é um importante ponto de transbordo para quem mora fora de Amsterdã e vem para trabalhar/estudar. Outro fato que fortaleceu esse chute foi o MAR de bicicletas do lado de fora. Foi o maior estacionamento de bicicleta que vimos na viagem. 

Estacionamento de motos da estação de tram, trem, metrô e ônibus de Sloterdijk (Getty Images)


Fomos pegar o ônibus 382 e pimba: o cartão não funcionou! Tivemos que pagar ao motorista passagens unitárias (€2,5 cada) e mais tarde entendemos a situação: o ônibus não era da empresa do cartão (GVB). Acho que ele era intermunicipal. Whatever... A caminhada final até a locadora foi cansativa (1km) e QUENTE! A locadora, Fris Motorverhuur fica numa area que concentra oficinas, lojas, concessionárias e locadoras de automóveis. A atendente, Leonor, foi extremamente atenciosa e fez um excelente atendimento, explicando tudo que precisávamos saber. A nossa moto, uma Intruder C800LC, custou €1060. Antes da viagem, fizemos um adiantamento de €265 para garantir a reserva. Lá na hora precisamos pagar, além do saldo devedor (€795,), também um depósito de €300 (apenas bloqueado no cartão). Essa é a garantia de segurança deles. Em caso de acionamento do seguro, a franquia custa a bagatela de €2000. Poin! 

A Intruder, uma valente que rodou suave nas estradas e pequenas ruas por toda a viagem. Excelente escolha!


 Micheli toda feliz também com sua escolha, uma Yamaha MT-07. Modelo com uma curva de torque impressionante que a faz boa de pilotar em praticamente todos os regimes de giro. Meu primo sabe bem do que estou falando. Diga aí, Dudu!


O retorno para o hotel foi fácil e rápido (~6km), pegando um trecho da A10 (anel rodoviário de Amsterdã). Mariana até filmou um trecho com o celular. 

Abastecidos e prontos.


Ah, outra surpresa: o hotel cobra o estacionamento! A bagatela de €25 por moto, por dia!!! Felizmente, o atendente de plantão era bom de jogo e fez ambas por €25 porque ocupamos apenas uma vaga no estacionamento.

Elas dormiram juntinhas, que lindo... (As motos, não as meninas)


Noite

Noite no bar Gebrouwen door Vrouwen (Feito por Mulheres), que, assim como o Craft & Draft, fica nos arredores do Vondelpark. Ambiente muito agradável, comidas deliciosas e boas opções de cervejas. Elas se restringem a produtos locais, holandeses; inclusive as cervejas. Por isso eles tem menos opções de bebida, mas o que têm é de ótima qualidade. Sem contar o ambiente muito aconchegante. Dá vontade de voltar lá. 

Delicia de bar.


A empresa só tem mulheres. Na verdade, tem um homem, que, segundo a Sophie, faz o trabalho pesado...😏. Aliás, uma curiosidade: por causa disso (ou não), o bar é meio que alvo dos burglars e elas já foram roubadas algumas vezes. Sim, aqui em Amsterdã tem bastante furto! Por causa disso, elas só aceitam pagamento em cartão, para evitar acúmulo de grana no local. Que coisa! 

Cardápio de cervejas. 


A conta deu €76, com 8 chopes (4 meus), duas taças de vinho (Mari), varias águas e 3 petiscos (tábua de queijos, tábua de embutidos e mix de croquetes com cheese sticks). Bom valor pela qualidade do que consumimos. ADOREI o bar, bem a nossa cara: não é mainstream e é bem aconchegante. Ah, e elas ainda tem jogos. Porém, estavam todos em holandês, então né...



Por Mari


Rijksmuseum e Cuypers Library  


O segundo dia prometia bastante! Fomos visitar o Rijskmuseum, um desejo antigo, pois das outras duas vezes que visitei Amsterdam ele não tinha entrado no roteiro... O prédio do museu é lindíssimo! Foi construído no final do século XIX para abrigar o museu (breve história do Rijksmuseum). 

O museu tem várias obras fantásticas e valoriza a arte nacional. Vimos muita arte sacra, mobiliários do século XVII (as casas de boneca são um sonho!!!), pinturas impressionistas (alguns quadros do Van Gogh 💜) e algumas obras mais "novas" do início do século XX. 

Resumão!!


A parte que eu mais gostei e que tinha maiores expectativas de visitar era a Biblioteca Cuypers! Quando começamos a pensar nessa viagem, lá em 2015, eu comecei a seguir o perfil do museu no Instagram, @rijksmuseum, e me apaixonei pela biblioteca. Ela possui o maior acervo público de pesquisa sobre a história da arte na Holanda, está aberta à visitação e é linda!!!!