Apesar do café da manhã delicioso, que fechou com chave de ouro uma das melhores estadias, tivemos que sair cedo. O percurso não era longo, mas estávamos indo almoçar na Westmalle e ainda tínhamos que encontrar o primo Ismaël, nosso cicerone na Antuérpia.

Ah, o café da manhã em Tilburg


Com cerca de 80% do percurso em rodovia de grande porte, vimos que aquele vento forte não é exclusivo da Holanda, mas se estende por toda a região norte da Bélgica. No entanto, já estávamos acostumados e não levamos sustos.

O norte da Bélgica também é uma grande área de baixadas.


Nossa passagem pela Westmalle foi rápida, porém muito representativa. Ela é a referência de qualidade das cervejas trapistas. Seus monges cervejeiros ajudaram a estabelecer os rótulos e linhas de produção de todos os outros mosteiros trapistas do norte (La Trappe, Zundert e Achel) e influenciou os do sul também. O mais curioso desse fato é que a Westmalle só tem 3 rótulos, sendo um de produção limitada. Sua trippel é conhecida como a mãe de todas as trippels, por ter sido referência de sabor e qualidade para a elaboração de tantas outras trippels belgas (trapistas ou não).

Café Trappisten Westmalle


Naquela rodovia secundária, mosteiro de um lado, restaurante do outro. Apesar da estradinha de acesso levar até os muros, não há área interna visitável no mosteiro. Trilhas ao redor da propriedade convidam para caminhadas e pedaladas. De fato, com o verão chegando, tinha uma galera lá passeando. Cruzamos a estrada e fomos comer e beber!


Para variar, só velho no local. Muito bacana isso, é realmente programa de velho. Adoro! Todos que chegam bebem cerveja. Num dado momento, um senhor de uns 65-70 anos chega trazendo a mãe (supostamente) na cadeira de rodas. Sentam e ambos bebem cerveja para acompanhar os comes. Sério! E confirma-se a alta rotatividade nas mesas: pedem uma comida e cerveja para acompanhar. Depois, um café e tchau. Ou seja, cerveja para acompanhar a refeição: 2 ou 3 e pronto. Com isso, todos bebem, ninguém sai bêbado. Quando bebem para acompanhar um bate papo, optam pela casa ou por bares no centro, onde não precisam dirigir.

Acesso para o mosteiro.


Então bebemos as melhores trapistas? As grandes? Veja bem, elas não são espetaculares, não apresentam características marcantes. O que impressiona é a harmonia de sabores. Tudo na medida certa, nada se sobrepõe. Carbonatação, amargor, dulçor, intensidade, início e final. Tudo harmônico. Agora entendo elas serem referência. Mesmo preferindo a dubbel da La Trappe, entendo a superioridade da dubbel da Westmalle. Difícil de explicar.

Dubbel


Infelizmente, não podíamos demorar, então só petiscamos e seguimos pra Antuérpia. Entramos na cidade por uma avenida que joga o fluxo de veículos para uma série de túneis, que seguem por muitos quilômetros por baixo das pequenas ruas na superfície. Uma boa solução para uma metrópole. O hotel era beeem no centro, ao lado da estação central de trem. Estacionamos as motos em vagas na rua, quase em frente, na cara e na coragem. Colocamos as tornozeleiras de brontossauros, fizemos check in e subimos com as coisas. Primo Ismaël, pontual, já nos esperava na recepção do hotel.


Primeira parada: a própria estação central. Ela é bem comprida e a parte nova fica do lado do hotel. Entramos por ela e... nada de mais. Mas lá na outra ponta fica a parte antiga da estação e nos deparamos com um dos edifícios urbanos mais bonitos da viagem. 

Estação Central da Antuérpia.


Vista externa da entrada principal da estação.


Depois da estação, caminhamos em direção à catedral de nossa senhora, enorme, bem no centro. A catedral é impressionante, gigantesca. Mas a entrada é cobrada, e sabemos que isso não iria rolar. Pelo menos não por mim... 

Nem cabe no enquadramento.


Esculturas na lateral da igreja.