Assim como no dia 1, saímos bem cedo, sem tomar café na pousada, por volta das 6:00. Apesar da opção tentadora de seguir pela Rota do Sol com o sol nascendo e sair pra BR em Guarapari (ponto mais próximo da rodovia), optamos por retornar a Piúma e pegar a estrada para a BR por lá. 


Eu tinha planejado um café da manhã na Casa Figueira Café, alguns quilômetros antes da saída para Guarapari, mas não estaria aberto quando passássemos. Então paramos no Posto Floresta I (Shell) às 7:00 para abastecer e tomar café. Eu não tinha abastecido em Iriri depois da chegada lá, então estava precisando parar. O café da manhã não foi bom, lanchonete ruim e até uma baratinha foi avistada no balcão. Coisas da estrada…


A partir dali, estrada muito ruim. Não pelo asfalto, que é ótimo, Eco 101 (concessionária) cuidando muito bem dessa parte. E também de seus funcionários, a julgar pelas cabines de pedágio blindadas e sinistras. A parada seguinte foi depois de muito sofrimento, já tendo passado por Viana, Vitória, Serra e demais cidades na beira da BR. É inimaginável viajar numa das maiores rodovias federais do país e ficar passando em áreas urbanas com velocidade máxima de 40-60km/h, quebra-molas, semáforos… A viagem não rende. E, de moto, cansa demais. Apesar da pouca distância, optamos pela Parada Ibiraçú para abastecer e descansar. Ao sairmos, de cara um "stop and go" que nos reteve por meia hora. SURREAL!


E não tem jeito, o terror continuou até depois de Linhares. Aí o fluxo melhora, menos caminhões e áreas urbanas, e pudemos acelerar. Ao longo da reserva de Sooretama o asfalto é bom e as longas subidas e descidas facilitam as ultrapassagens. Paramos no posto da Rede Anacleto (Jaguaré), logo depois que termina a reserva. Arrependimento! Aliás, todos os postos dessa rede são péssimos, sem estrutura, nem mesmo uma sombra. Evitem. Pelo menos tinha um desses bebedouros refrigerados com duas torneiras. Bebemos água com gosto suspeito e comemos nossas barrinhas de cereal. Isso já era meio dia, perceba…

Dos gordinhos...


São Mateus, logo ali na frente, nem se compara a Linhares. Cerca de 1,5km de BR em área urbana, não afetou muito. Deu para acelerar bem nesse trecho e paramos no tal posto da Rede CNA que no Google parecia ser uma boa opção. Saí achando que a gasolina era bem batizada… O tal restaurante, bonitão, espaçoso, era bom, mas já eram 14:15 e a comida deixou a desejar. Eu estava exausto e ficamos muito tempo parados, o que sabemos muito bem que é um erro. A estratégia de paradas mais curtas e mais frequentes estava difícil de cumprir por causa da frustração da estrada.

Estrutura bonitona no posto CNA, mas comida fraca e gasolina suspeita...


Paramos logo em seguida, na Lancheria Giovanni, que fica no trevo que desvia para Caravelas, para pegar dicas de estrada: melhor entrar logo para Caravelas e lá desviar para Alcobaça ou melhor seguir para Teixeira de Freitas e lá entrar para Alcobaça diretamente? Paramos, perguntamos e não havia dúvida, desviamos logo para Caravelas. Ninguém recomenda a BR maldita. 

Lancheria Giovanni


Sobre esse penúltimo trecho: 

  • pegamos chuva na serrinha de Pedro Canário (pouca)
  • alguns KMs após o último pedágio de segurança máxima, a placa da Eco 101 avisava que ali terminava sua atuação. Cinco metros (5 METROS!!!!) após a placa, uma cratera que tomava metade da pista. Bem vindos à BR-101 no sul da Bahia!;
  • de São Mateus pro norte, já começa o intenso fluxo de caminhões longos e pesados. Sentido norte, em geral estão vazios, indo buscar madeira. A partir de Mucuri (que praticamente não tem mais asfalto), uma enxurrada desses caminhões no sentido contrário, pesados, e filas de carros atrás que não os conseguem ultrapassar. Fiquei pensando no retorno…;
  • posto CNA só é bom na foto;
  • a buraqueira ocorre principalmente no canto das pistas, na interface com o “acostamento”. São grandes e profundos. Eles tomam de 40 a 60% da pista. E ocorrem nas duas pistas. Então imagina o espaço que sobra numa rodovia não duplicada. E olha só, se liga, caminhão não cai em buraco e não perde tempo, eles jogam na contramão mesmo, você que se vire. É uma pilotagem muito estressante!


Bom, pegamos a rodovia para Caravelas, que mantém esse tipo de buraco por cerca de 40-50km, porém em menor proporção (tamanho e frequência). E menor risco, pois a estrada tinha bem menos tráfego. 

A estrada para Caravelas é muito bonitinha!


Perdemos o trevo para Alcobaça e acabamos parando num posto na entrada da cidade de Caravelas. Perguntei pro cliente em atendimento e pro frentista sobre ter perdido o desvio e sobre passeios para Abrolhos. O cliente recomendou a Sanuk Turismo, informando que o dono era um cara muito legal, com um bom barco, bom preço e muito experiente. Já era muito tarde, quase 17:00, decidimos ir pro hotel e no dia seguinte discutir a possibilidade. Chegamos no hotel às 17:30, exaustos das quase 12 horas de viagem. Um verdadeiro inferno. 

Vista do nosso quarto no hotel (San Bernardo Apart-Hotel) em Alcobaça.


Estou cansado só de descrever esse dia. Vamos encerrar? Saímos de noite para comer num restaurante indicado pelo hotel e comemos uma pizza bem mais ou menos… Pelo menos o quarto era de frente pro mar, 2o andar, vista linda da praia de Alcobaça.